Engana-se quem pensa que a governança está atrelada somente às empresas, e às decisões exclusivamente corporativas. Com o crescimento das discussões envolvendo o Environment, Social & Governance (ESG), há a percepção de que a governança, na realidade, também diz respeito às nossas escolhas internas, que impactam em ações e definições externas. Afinal, nós interdependemos uns dos outros tanto na vida pessoal, como na profissional.
Conforme o empreendedor social e cofundador da we.flow, Paulo Cruz Filho, nós somos os protagonistas das transformações, e só quando nos entendermos nesse papel, as coisas irão mudar. “O ESG é um novo mapa para um novo território, com expansão das fronteiras tradicionais e o alinhamento entre o que é valor para a pessoa e para a empresa”, disse, em webinar realizado no dia 27 de julho, que encerra o ciclo de palestras sobre ESG promovido pela Unimed Paraná.
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No ambiente corporativo, o pilar “Governança” está relacionado ao funcionamento da empresa, incluindo processos, estruturas e mecanismos que influenciam as boas práticas de direção das organizações. “Dentro dessa ótica, podemos usar como exemplo a gestão de riscos corporativos, a transparência, gestão de stakeholders e uma estratégia de impacto, alinhada ao negócio”, definiu.
Dessa maneira, o palestrante destacou as consequências que decisões erradas podem ter para o negócio. “Tais decisões não são, necessariamente, propositais. Porém, uma gestão permissiva, que assente que protocolos antigos e desatualizados continuem vigentes, por exemplo, acaba por incentivar decisões erradas e que trazem sequelas inimagináveis”. Por isso, a importância de discutir constantemente temas como responsabilidade social, investimento de impacto, sustentabilidade, negócios sociais e inclusivos, entre outros.
Na avaliação do empreendedor, a governança para o ESG reúne quatro tópicos principais, relacionados à missão e propósito, engajamento e inclusão, ética e transparência, e à tomada de decisão. “Dentro desses tópicos, temos elementos que nos direcionam para as melhores práticas, como a proteção da missão da empresa, a transparência empresarial e financeira com os funcionários, a divulgação do impacto corporativo, responsabilidade do órgão diretivo, capacitações relacionadas ao desempenho socioambiental, identificação de questões relevantes, práticas efetivas de combate à corrupção, bem como a supervisão do programa de ética e anticorrupção”, enumerou, entre outros exemplos.
Por fim, Filho destacou que a força dos negócios pode contribuir para os principais desafios do mundo, construindo um sistema que seja economicamente fortalecido, mas inclusivo e equitativo para todas as pessoas do planeta. “As esferas econômicas, sociais e ambientais do ESG se unem e, no fim, estão totalmente ligadas às necessidades humanas”, finalizou.
Próximos passos
O ciclo de lives sobre ESG, organizado pela Unimed Paraná, contará, ainda, com a apresentação de cases das Singulares relacionados ao tema. O encontro acontece no pré-evento da 28ª edição Simpósio das Unimeds do Paraná (Suespar), no dia 25 de agosto, em Foz do Iguaçu.
Além do compartilhamento de experiências, os participantes contarão com uma palestra ministrada por Larissa Gobbo.
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