No contexto hospitalar, o tema que julgo ser o mais importante e relevante de todos é a segurança do paciente durante e após uma cirurgia. Essa questão é tão sensível e fundamental que a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou, em outubro de 2004, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com objetivo de apresentar e induzir boas práticas assistenciais. Todo ano eles continuam estudando novos formatos e programas para melhoria contínua desta segurança.
Em 2018, seguindo o programa, a Organização lançou os chamados Desafios Globais. O primeiro leva em consideração as infecções relacionadas com a assistência à saúde, indo desde lavagens das mãos, administração de injetáveis, segurança da água, saneamento básico e manejo de resíduos.
Já no segundo desafio, a OMS voltou sua atenção para os fundamentos e práticas da segurança cirúrgica, tendo como objetivo aumentar os padrões de qualidade exigidos em serviços de saúde de todo o mundo. O programa abordou a prevenção de infecções de sítio cirúrgico, as que ocorrem na incisão ou em tecidos manipulados durante o procedimento, anestesia e equipes cirúrgicas seguras e, para acompanhar estes fatores, uso de indicadores da assistência cirúrgica.
Um ato cirúrgico envolve muito mais riscos do que qualquer outra situação. Durante uma cirurgia, o paciente está propenso a ser acometido com as mais variadas das intercorrências, não somente através uma infecção, mas também possíveis falhas humanas como por exemplo, a amputação de uma perna direita ao invés da esquerda, um paciente sendo operado no lugar de outro etc.
Além da preocupação com as diversas medidas de segurança e protocolos a serem seguidos, o gestor do centro cirúrgico tem também outro grande desafio, que é o de conseguir orquestrar todos os processos, para que as salas estejam disponíveis no momento certo e que fiquem prontas rapidamente para a próxima cirurgia, com insumos e instrumentos corretos de acordo com cada procedimento, bem como equipes médicas bem direcionadas. Toda a dificuldade de gestão do bloco se dá pelo fato desta área do hospital ter uma série de processos envolvidos, com alguns originados até mesmo fora de seu âmbito. É o caso da requisição da cirurgia feita por um médico solicitante, a avaliação pré-anestésica e os processos administrativos ou de autorizações junto às operadoras.
Existem também os processos internos, como a organização das agendas e salas (planejamento cirúrgico), os assistenciais dos diversos profissionais, checklist para admissão dos pacientes feito pela enfermagem, até o momento da operação, finalizando com o acompanhamento destes pacientes após o procedimento, na sala de recuperação pós-anestésica.
Em todos os processos do pré, trans e pós-operatório, existem protocolos de segurança a serem seguidos ou algum formulário a ser preenchido. Isso vem com intuito de tentar mitigar ao máximo alguma falha que possa trazer qualquer tipo de prejuízo para o paciente ou em casos extremos, até mesmo sua morte. Os sistemas de informação mostram importantes componentes essenciais para este contexto, pois com toda essa amplitude de fluxos e processos para serem executados, seria praticamente impossível gerenciar sem tecnologias, o que aumentaria a quantidade de falhas humanas e criaria maior morosidade nas atividades.
Os centros cirúrgicos são os maiores geradores de receitas para os hospitais, porém, se não forem administrados de forma correta, usando-se de sistemas e plataformas que auxiliem nesta gestão, eles também podem ser os maiores geradores de despesas.
Atualmente, existem alguns sistemas específicos para esta área hospitalar disponíveis no mercado, que apoiam todos ou boa parte destes processos, desde os administrativos, até os assistenciais, com os hospitais exigindo um alto nível de usabilidade por parte dos profissionais que irão interagir com o sistema. Além disso, deve-se ter também preocupação com a regularização do sistema junto aos órgãos competentes, como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso se dá pelo alto grau de risco com a segurança do paciente, já que protocolos obrigatórios precisam ser seguidos, os sistemas precisam ser classificados como dispositivos médicos e devidamente auditados para terem o uso liberado.
Diante disto, podemos assumir que existe um número baixíssimo de empresas que conseguem atender de maneira satisfatória a todos estes quesitos e capacidades que um sistema de informação para apoio a um centro cirúrgico precisa ter. Disponível no Brasil, pode-se destacar a solução para centro cirúrgico chamada O4C da empresa DGS Brasil do grupo Dedalus, uma das maiores empresas de software para área de saúde do mundo, presente em quase 40 países. A solução é totalmente agnóstica, podendo ser instalada em qualquer sistema de gestão utilizado pelo hospital, gerencia e monitora continuamente o paciente em todas as fases e processos citados neste artigo, seguindo as diretrizes da OMS sobre a gestão de risco cirúrgico e prevenção de infecções do sítio cirúrgico.
* Valdir Soares é Pre Sales | Solution Specialist da DGS Brasil
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