Grupo de médicos se reúne com presidente Bolsonaro para pedir expansão do tratamento precoce contra Covid-19

Nesta segunda-feira (24 de agosto), um grupo de 100 médicos participantes do Conselho Científico Independente – grupo que defende o tratamento precoce contra a Covid-19 -, se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro para pedir apoio para que medicamentos que podem ser utilizados no tratamento da doença sejam distribuídos em farmácias populares de todo o Brasil. A comitiva reuniu profissionais de saúde dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.

Este conselho defende a ideia de que a doença tem tratamento com maiores chances de sucesso se for iniciado assim que aparecerem os primeiros sintomas da infecção. De acordo com os médicos, após meses acompanhando o desenvolvimento da doença em vários países, há evidências observacionais consideráveis de que o tratamento precoce contra a Covid-19 faz diferença na evolução da doença.

O conselho informou que a proposta do grupo também será apresentada para representantes dos poderes Executivos, Legislativo e Judiciário.

No Paraná, um grupo com cerca de 300 médicos apresentou, em julho, uma carta à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) solicitando uma maior difusão do tratamento na fase inicial da Covid-19. Leia mais sobre a iniciativa no link abaixo:

Grupo de médicos paranaenses pede difusão do tratamento de pacientes na fase inicial da Covid-19

Conforme o conselho, o protocolo de tratamento precoce contra Covid-19 sugerido consiste em uma associação de medicamentos que, administrados após avaliação e supervisão médica na fase 1 da doença, apresentam efetividade no combate ao coronavírus. Os profissionais integrantes do grupo defendem que o tratamento deve ser iniciado, com medicamentos, em até cinco dias de sintomas, baseado no quadro clínico apresentado pelo paciente. Neste caso, não seria necessário esperar o resultado do teste ficar pronto para só depois estabelecer o caminho a seguir.

Para o grupo, o objetivo do tratamento precoce é evitar que a doença evolua com gravidade, além de prevenir um colapso do sistema de saúde.

O Conselho Científico Independente informa que, atualmente, há mais de 10 mil médicos de todos os estados brasileiros fazendo parte do movimento.

Protocolo

O Ministério da Saúde publicou, em maio, um protocolo para a orientação do tratamento medicamentoso precoce de pacientes com Covid-19, incluindo a chamada fase 1 e aqueles que apresentam sintomas leves.

O protocolo do Ministério da Saúde traz que “a prescrição de todo e qualquer medicamento é prerrogativa do médico, e que o tratamento do paciente portador de Covid-19 deve ser baseado na autonomia do médico e na valorização da relação médico-paciente que deve ser a mais próxima possível, com objetivo de oferecer o melhor tratamento disponível no momento”. O documento também considera que “estados, municípios e hospitais da rede privada já estabeleceram protocolos próprios de associação de fármacos no tratamento precoce da Covid-19” ao fazer as recomendações.

Desde então, várias sociedades médicas se posicionaram contra a administração da cloroquina e da hidroxicloroquina, medicamentos que estão descritos neste protocolo, alegando baixos níveis de evidências que possam basear a adoção desse tratamento para Covid-19.

Assim como há grupos de médicos que defendem o uso desses medicamentos no tratamento da fase inicial da doença – incluindo a ivermectina –, outros alegam que não existe embasamento científico para tal.

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