Desde a infância, como boa desbravadora, observadora, curiosa e aprendiz, o fascínio pelas coisas da natureza me levou a percorrer caminhos de terra, areia e pedra, aqui e acolá, sempre com o intuito de explorar um pouco mais este universo particular que existe a alguns passos de distância das grandes selvas de concreto que se tornaram nossas cidades. A cada oportunidade de me desvencilhar da rotina que a vida nas cidades impunha, da correria e da pressa, era para lá que eu corria, ou melhor, caminhava.
E foi assim que acumulei na sola de uma bota alguns bons quilômetros de experiências em montanhas, rios, cachoeiras, cavernas e travessias na terra, e, de quebra, no céu e na água, porque uma coisa levou às outras. E posso dizer que já experimentei de tudo um pouco nessa vida e sou muito grata por cada experiência e pelos amigos que contribuíram assombrosamente em minha jornada, pois, como diz o personagem de um filme conhecido, “a verdadeira felicidade só existe quando é compartilhada!”. E, passado algum tempo, me sinto na obrigação de também compartilhar o que aprendi com os anos e, quem sabe, contagiar outros.
Minha primeira aventura aconteceu em um dia de muito frio e vento, memorável.
Entrei na trilha com meus passos inseguros, mas com a alma confiante, conduzida por alguns adolescentes um pouco mais velhos que eu, vulgo “meus melhores amigos”, que já conheciam “o caminho” até o cume do Morro do Anhangava, no município de Quatro Barras, no Paraná; esta seria uma das experiências mais significativas da minha vida, pois foi onde de fato brotou uma paixão avassaladora pelas montanhas e pelos lugares altos.
Após “muito” caminhar (mal sabia eu que aquela trilha seria uma das mais curtas que eu percorreria a pé, considerada uma trilha “leve/moderada”), chegamos ao ponto decisivo da trilha, o trecho final da aventura, que nos levaria até o cume daquele morro. Neste ponto, há quem prefira retornar à base do morro por medo de continuar adiante.
E, de fato, nunca vou esquecer a sensação de me agarrar com força aos ganchos presos a um enorme paredão de rocha, tendo em minhas costas o “nada”, o vazio, abaixo de mim a copa verdejante de centenas de árvores, e uma vista de tirar o fôlego, uma panorâmica da Serra da Baitaca, até onde minha vista podia alcançar. Aliado a isso, com o vento beijando minha face numa velocidade até então nunca experimentada, até tomar água tornou-se uma grata surpresa, pois aquele liquido vital saía da garrafa pet numa linha horizontal direto para a minha boca. Uma experiência única e divertida. Foi um dia daqueles, posso garantir!
Mas, como pretendo despertar a curiosidade dos leitores desta coluna e incentivá-los a ingressar nesse “admirável mundo novo” das trilhas e aventuras, não vou descrever todos os detalhes desta primeira experiência … isso vai ficar para as próximas colunas!
Deixo neste artigo algumas dicas e reflexões a quem desejar se aventurar na natureza:
– Nunca vá sozinho por caminhos desconhecidos! Não corra riscos desnecessários.
– Planeje-se. “Estude” o local que irá conhecer antes de se aventurar. A internet oferece sempre uma boa coletânea de informações sobre destinos já conhecidos e relatados por outros aventureiros.
– Verifique se o clima estará propício para o tipo de atividade que pretende realizar na data em que pretende se aventurar.
– Leve somente o necessário na mochila e evite carregar peso desnecessário. A sua coluna irá agradecer.
– Lembre-se que chegar ao destino é apenas metade do caminho. Guarde um pouco de energia para a volta!
E aí, gostou?
Se quiser mais dicas e informações para viver uma vida de aventuras, vem comigo, e eu te conto no caminho.
Até a próxima coluna!
Conheça também os demais colunistas do portal Saúde Debate. Acesse aqui.