Treze milhões de pessoas têm diabetes no Brasil

    No Dia Mundial do Diabetes, lembrado neste 14 de novembro, mais uma vez é feito um alerta para a quantidade de brasileiros que são afetados pela doença. Cerca de 13 milhões de pessoas convivem com o diabetes no País, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Isto representa 6,9% da população nacional. Conforme previsão divulgada pela entidade, número de casos da doença deve aumentar 48% até 2045 em todo o mundo. 

    A doença é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. O aumento de glicemia no organismo causado por diabetes pode desenvolver problemas no coração, nos olhos, nos nervos e nos rins. Em casos mais sérios, a doença pode levar à morte. “Não há cura, apenas os medicamentos hoje em dia controlam a glicemia e reduzem as complicações. O tipo 2 da doença é o mais comum em adultos, chegando a 90% dos casos”, explica Miguel Carlos Riella, presidente e nefrologista da Fundação Pró-Renal, de Curitiba (PR).

    Por ser uma doença silenciosa, ela pode existir por anos sem sintomas. “Os sintomas clássicos são os derivados dos altos níveis de glicose no sangue como sede, aumento do volume de urina, aumento do apetite, infecções urinárias e de pele recorrentes, entre outros”, pontua o médico. Mudanças de humor, fadiga, náuseas, vômitos e perda de peso, formigamento nas mãos e pés, visão embaçada e feridas que demoram para cicatrizar também podem ser indícios da doença, tanto diabetes tipo 1 quanto diabetes tipo 2.

    É importante que, ao sentir qualquer sintoma, o médico seja consultado para iniciar o tratamento o quanto antes. “Uma vez diagnosticado, o paciente precisa ser bem orientado por um médico especialista para melhor controle da glicemia e dos hábitos diários, como dieta, exercícios, entre outros, para minimizar as complicações”, explica o nefrologista.

    Entre as possíveis consequências do diabetes está a amputação de membros. O médico Pedro Henrique Lambach Caron, do Hospital Angelina Caron, localizado em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), explica que a desinformação sobre o diabetes é a principal barreira no diagnóstico precoce. “A população conhece os sintomas e é orientada para os passos fundamentais no tratamento, que incluem medicação e mudança nos hábitos. O desconhecimento sobre as complicações pode levar ao abandono do tratamento recomendado, à cegueira, amputação ou até mesmo à morte”, orienta.

    Pé diabético

    A doença arterial periférica diminui o fluxo de sangue para os pés e é um dos problemas que acomete muitas pessoas com diabetes com úlceras e infecções que podem ocasionar amputação de algum membro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada minuto, três pessoas são amputadas no mundo por consequência de diabetes. Segundo o Ministério da Saúde, um quarto dos diabéticos desenvolve úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores é feita em pessoas com diabetes.

    “O paciente com diabetes tem a perda da sensibilidade, mudança na estrutura óssea dos pés; tudo isso se dá pela neuropatia diabética. Quando o paciente já apresenta estas alterações não existe cura, somente um controle dos sintomas mediante ao paciente controlar o diabetes para não ter mais complicações”, explica Ruth Pimenta, podóloga e enfermeira da Fundação Pró-Renal.

    No entanto, ainda segundo o Ministério da Saúde, muitas amputações são evitáveis quando se tem cuidados regulares, como acompanhamento médico e o uso de sapatos adequados. “Sempre orientando quanto a hidratação, secar bem os pés após o banho, não cortar as unhas em casa, não usar chinelos de dedo, olhar os sapatos antes de calçar, utilizar sapatos adequados para as alterações em seus pés”, complementa a podóloga.

    

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