Exercício físico em casa: cuidar de si se tornou ainda mais importante

    Exercício físico na pandemia se tornou ou um fardo ou algo que foi intensificado. Ou ainda uma rotina que foi deixada de lado em função de todo o contexto. Mas o exercício físico não precisa de hora e de lugar. Exercício físico em casa mesmo pode trazer uma série de benefícios para a saúde, especialmente neste momento. E não precisa ser nada elaborado demais.

    Na antiguidade greco-romana, desenvolveu-se uma cultura a que os filósofos chamam de “cuidado de si”. Esse cuidado de si chegou a ser muito mais abrangente do que o “conhece-te a ti mesmo”, mais popular em nossos dias. Isso porque o próprio conhecimento de si era abarcado por esse cuidado. E esse cuidado implicava, de forma sucinta, além da atenção à alma, também ao corpo. Mais de 20 séculos depois, ainda, nos debatemos sobre a necessidade desse cuidado ou não. E você? Como tem se tratado? Tem cuidado de seu corpo?

    O fato é que a vida contemporânea, com todo o conforto e as facilidades conquistados pela sociedade, estimula o sedentarismo. Horas e horas sentadas em frente a uma tela (seja de celular, tv ou computador) não colabora em nada com a saúde do corpo e ainda o incentiva a ficar mais e mais preguiçoso. Por isso, um simples alongar-se pode ter um efeito inimaginável sobre ele.

    Leia também – Como fortalecer a saúde em tempos de pandemia? Imunidade alta e check-up em dia

    Alongamento como cuidado

    A professora e educadora física Rita Delevatti, coordenadora técnica administrativa, da Razão do Todo, empresa de ginástica laboral, lembra que alongar-se, antes de tudo, é estar atento ao próprio corpo. O corpo nos fala o que sente, basta prestarmos atenção aos sinais. “Um bom alongamento é aquele que após ser realizado, você sente seu corpo mais leve, com maior amplitude articular, menos dores no local”, explica.

    O tempo mínimo necessário de alongamento é bastante discutido e não existe consenso sobre isso. “O ideal é que o indivíduo permaneça na posição o suficiente para sentir que a musculatura ficou mais solta. Isso pode variar de pessoa para pessoa. Mas, eu recomendaria um mínimo de 5 a 10 segundos e até 60 segundos, para cada exercício. Podendo inclusive repetir 3 séries de 60 segundos”.

    Funcionalidade do exercício

    Rita explica que, atualmente, a preocupação de muitos educadores físicos diz respeito à funcionalidade que o exercício pode promover. Ela, particularmente, quando trata de ginástica laboral, mais do que alongar, busca compensar as posturas estáticas no trabalho, iniciando as aulas com exercícios de mobilidade articular e com exercícios de alongamentos dinâmicos. “Isso permite um aporte sanguíneo para os músculos, aumentando a lubrificação nos tendões. Depois, eu finalizo com o alongamento estático, com o objetivo de deixar a musculatura mais solta, num estado de maior amplitude”, salienta.

    Saia da inércia!

    Nesses tempos de pandemia, Rita dá algumas dicas para manter os benefícios da atividade física (mesmo limitada), em dia. Uma delas, caso o indivíduo possa, é contratar um profissional de educação física para realizar aulas on-line. Dessa forma, ele estará bem assessorado, garantindo uma prática saudável e segura. “Essa área evoluiu muito e os preços estão acessíveis. E as pessoas devem se lembrar que isso é investir em saúde. Mas caso não seja possível, as atividades mais seguras, sem risco de lesão seriam as caminhadas – nas quais é fundamental não esquecer o uso de máscaras, ao sair para as ruas. Subir e descer escadas é outra possibilidade, assim como sentar e levantar-se de uma cadeira, deitar no chão e realizar alguns alongamentos, entre outros. Enfim, existem ainda aulas gratuitas pela internet, com sugestões de vários exercícios. Só fica parado hoje em dia, quem quer”, avalia.

    Rita acredita que atividade física é questão de atitude, precisa partir de cada indivíduo pois exige esforço físico, sair da inércia. “Com 10 a 15 minutos e uma boa orientação, é possível alterar o estado de inatividade, imobilidade e rigidez articular, por meio de alongamentos. Ou se der ênfase a determinados grupos muscular, por vez, poderá até desenvolver força muscular”, explica.

    Tudo depende daquilo que a pessoa deseja. Então, é arregaçar as mangas e começar. Nunca é tarde para isso. Quanto mais velho, porém, e menos tempo sem exercícios, mas é necessário buscar ajuda e orientação. Pode ser mais natural para uns e mais difícil para outros. Afinal, sempre foi assim: uns têm mais facilidade em cuidar do corpo, outros da mente. Porém, de novo, os antigos vêm em nosso socorro. O equilíbrio é a palavra-chave para uma vida saudável. Sem um corpo são, a mente também corre riscos…

    Leia também – Como melhorar a imunidade em tempos de coronavírus

    Sete exercícios básicos para quem não gosta ou não tem tempo de atividade física

    1. Caminhe – Sempre que puder, deixe o carro na garagem, ou se estiver de transporte coletivo, pare antes do ponto final e vá a pé ao trabalho, por exemplo

    2. Dance, coloque uma música e solte o corpo

    3. Brinque com seu cachorro

    4. Suba escadas

    5. Lave o carro

    6. Faxine a casa

    7. Cuide do jardim

    Fonte: Razão do Todo

    Leia também – Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia dá dicas para as atividades físicas na quarentena

    Leia também – O síndico pode cobrar o uso da máscara no condomínio?