Dia Mundial de Combate à Hanseníase é lembrado em 26 de janeiro

A hanseníase é transmitida por uma bactéria, conhecida como bacilo de Hansen, e a contaminação acontece pelas vias aéreas superiores, por meio de espirros, tosse, fala e respiração. O estigma à hanseníase ainda é muito forte. Por isto, é importante falar sobre a doença no Dia Mundial de Combate à Hanseníase, lembrado em 26 de janeiro. A campanha Janeiro Roxo, que visa a prevenção da hanseníase e o esclarecimento sobre a doença, também tem um papel importante sobre a conscientização da população.

 

Para que ocorra a contaminação, é preciso contato direto e prolongado com o portador. O período de incubação também é longo, de dois anos em média, mas pode levar até 10 anos para se manifestar. Entre os primeiros sintomas estão as manchas pelo corpo, com alteração ou perda de sensibilidade local, fraqueza e dores nas articulações de braços, pernas, mãos e pés.

 

A doença atinge pessoas de todas as idades e muitas vezes passa despercebida, porque seu sinal mais visível, as manchas, não doem, não coçam e não incomodam. Isto faz com que o diagnóstico aconteça tardiamente, quando o doente já apresenta incapacidades físicas por comprometimento dos nervos.

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Tratamento 

O diagnóstico e acompanhamento são feitos pela Rede Pública de Saúde, por meio das unidades básicas e centros especializados. A Organização Mundial da Saúde indica a poliquimioterapia como terapêutica, com a associação de três antibióticos. O tratamento dura seis meses para os casos mais leves e 12 meses para os casos mais avançados, podendo ser prolongado.

 

Assim que começa a fazer uso do medicamento, o doente deixa de transmitir a bactéria e os sintomas, que podem provocar lesões neurais, deformidades e incapacidades, ficam mais controlados.

O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos.

 

Hanseníase no Paraná

Em 2019, o Paraná teve 510 novos casos de pacientes confirmados com hanseníase, sendo oito casos registrados em crianças. Do total, 80% procuraram ajuda médica já em fase avançada da doença.

 

São mais de três mil doentes em tratamento e acompanhamento no estado. A maioria do sexo masculino, em idade produtiva, de 20 a 59 anos.

Em cada 100 doentes, aproximadamente 50 apresentam sequelas físicas.

 

Combate ao estigma

O combate ao estigma que ainda envolve a doença também faz parte das ações do Dia Mundial de Combate à Hanseníase. “É fundamental destacarmos que a discriminação e isolamento de pacientes são etapas do passado. Hoje, o tratamento é eficaz e a doença pode ser curada”, disse a coordenadora da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa, Mara Franzoloso.

 

Janeiro Roxo

Em 2016, o Ministério da Saúde consolidou a cor roxa para as campanhas de conscientização, orientação e prevenção para hanseníase.

 

Desde o ano 2000, o sistema de informação de agravos da Sesa totaliza 25.540 notificações para a hanseníase.

 

O Plano Estadual de Saúde prevê manter os índices de cura dos casos de hanseníase diagnosticados na casa dos 90%. O Paraná é reconhecido nacionalmente pela manutenção desta taxa de cura. Para isso, a Sesa seguirá com todas as etapas do tratamento: suspeição de casos, com monitoramento de suspeitos e pessoas próximas a ele; diagnóstico, medicamentos e acompanhamento na atenção primária, com fluxos de encaminhamento estabelecidos à atenção secundária, terciária, referências e equipe multiprofissional.