Câncer em crianças e jovens: riscos do diagnóstico tardio

Primeira causa de morte entre o público infantil (de 0 a 19 anos) no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a sobrevida de pacientes nessa faixa etária pode chegar até 80%, desde que a doença seja detectada em estágio inicial. Por isso, o câncer em crianças e jovens não pode estar associado ao diagnóstico tardio. Na expectativa de aumentar as chances de cura de crianças e adolescentes com câncer vem o alerta sobre a importância do diagnóstico para Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, celebrada em 15 de fevereiro.

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Sociedade Brasileira de Patologia, realizado no ano passado, estimou que entre 50 e 90 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer nos primeiros meses de 2021. Ainda segundo o INCA, a cada ano cerca de 12 mil novos casos da doença surgem no país, com previsão de 2,7 mil mortes, mas diferentemente do que pode acontecer com adultos, o estilo de vida geralmente não tem influência no desenvolvimento de cânceres no público infantil.

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O diagnóstico precoce é de suma importância para a recuperação do paciente. Pacientes tratados em centros de referências de Câncer Pediátrico têm melhores resultados. “No Sistema Único de Saúde (SUS), o início do tratamento leva em média 270 dias para adultos, mas câncer em crianças é, geralmente, uma emergência, e o início do tratamento tem que ser imediato”, afirma Cláudio Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), ressaltando que a pandemia de Covid-19 também dificultou o diagnóstico precoce destes casos e e afastou as famílias dos consultórios médicos.

Câncer em crianças e jovens: os riscos do diagnóstico tardio

 

Os cânceres em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos e se desenvolvem rapidamente. Por outro lado, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto. “O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento e é o caminho que leva à cura. E quando se fala sobre casos de câncer que acometem pacientes que fazem parte do público infantojuvenil, ele é essencial. Crianças e adolescentes respondem melhor ao tratamento com quimioterapia. Por isso, é importante que a doença seja descoberta o quanto antes”, alerta a médica Flora Mitie Watanabe, chefe responsável pelo setor de Oncologia do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), considerado o maior centro de tratamento oncológico e pediátrico do Paraná

O hospital oferece atendimento a pacientes de 0 a 18 anos e é considerado o maior serviço pediátrico do Paraná na área, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, sendo que cerca de 80% dos tratamentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital também é referência no tratamento de tumores sólidos e doenças hematológicas malignas e não malignas no Brasil, com tratamento completo e multidisciplinar. Em 2019 realizou 1.093 internações e 7.775 atendimentos ambulatoriais.

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Sinal de alerta do câncer em crianças e jovens

A leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas. Muitas vezes, os sintomas do câncer podem ser confundidos com doenças comuns da infância. Por isso, é importante estar atentos aos seguintes sinais:

 

– Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço.

– Palidez inexplicada.

– Fraqueza constante.

– Aumento progressivo dos gânglios linfáticos.

– Manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas.

– Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos.

– Perda de peso, com aumento/inchaço na barriga.

– Febre ou suores constantes e prolongados.

– Distúrbios visuais e reflexos nos olhos.

“Caso observe mudanças sem motivos aparentes ou que sejam persistentes, é necessário consultar um especialista para descartar todas as possibilidades e garantir o melhor tratamento para esses jovens”, orienta Claudio Galvão.

Clique aqui e confira uma cartilha que o Hospital Pequeno Príncipe preparou para famílias que enfrentam a doença.

* Com informações das assessorias de imprensa

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