Autocuidado com a saúde bucal: orientações durante a pandemia

    Há um ano, a rotina está diferente devido ao distanciamento social – o medo e a ansiedade aumentaram. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho de 2020, publicada pela Agência Brasil, revela que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia do novo coronavírus.

    Muitos, durante este período prolongado em casa, começaram a cometer “deslizes” na alimentação – passando a consumir mais alimentos cariogênicos (que causam cáries), como doces e refrigerantes. Com o medo e a insegurança ao sair de casa, alguns pacientes começaram a postergar os cuidados odontológicos com a justificativa de “esperar a pandemia passar”, mas ela vem se estendendo mais do que se imaginava.

     

    No dia 20 de março, Dia Mundial da Saúde Bucal, surge o lembrete sobre a importância do autocuidado com a saúde bucal.

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    As dentistas Alice Vanzela Miotto e Stephanie Gomes Assunção Alves, profissionais da Ki Odontologia, de Curitiba (PR), alertam para alguns desses cuidados com a saúde bucal e geral. “Ao realizar consultas mais frequentes é possível diagnosticar os sintomas já no início evitando, assim, o agravamento das doenças. A autoavaliação é de grande valia nessa fase e, por isso, alertamos para algumas situações de atenção e cuidado a serem observadas, sendo elas: sangramento gengival, sensibilidade e/ou dor ao se alimentar ou ao toque, manchas e pigmentações, desgastes e/ou trincas dentárias, mau hálito, aumento da frequência do surgimento de aftas, mordiscamento dos lábios, bochechas e língua ou até mesmo dores de dente, na mandíbula e de cabeça. Caso seja observado quaisquer sinais ou sintomas dos citados, aconselha-se entrar em contato com um cirurgião-dentista. Uma opção que pode ser lançada mão nessa fase de pandemia são as conversas por vídeo a fim de orientar e esclarecer eventuais dúvidas”, explica Stephanie.

    Outro ponto importante foi relatado no artigo publicado no Journal of Applied Oral Science em 2020: “pacientes com altos níveis de estresse têm quase 6 vezes mais chances de relatar bruxismo em vigília” (evento que acontece durante o dia). “Essa situação que pode gerar dor e desconforto na mandíbula e músculos da mastigação tem sido observada em pacientes que utilizam a máscara por longas horas seguidas. O uso da máscara é imprescindível na prevenção da Covid-19 e por isso não podemos negligenciar tal cuidado, o que orientamos é que o paciente fique atento a posição da mandíbula e dos dentes, sem encostá-los ou apertá-los, enquanto faz o seu uso”, completa Alice.

    Vale ressaltar que uma das formas de contágio pelo novo coranavírus se dá pela disseminação de gotículas de saliva. Por isso, a importância do uso individual de escova de dentes, creme dental e toalha de rosto. Outros cuidados são a higienização da escova de dentes, mantendo-a imersa em antiséptico bucal por alguns minutos, assim como a sua substituição após alguma infecção viral ou bacteriana. “Com atitudes simples e alguns cuidados bucais podemos nos manter seguros e protegidos mesmo em casa!”, finalizam as especialistas.

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